Brisa 1: A borboleta que pensava que era pônei.(trabalho média 6)

(photoshop, tornando suas brisas possíveis)

O casulo jâ estava sacudindo, começando a rachar, começando a pôr a asinha pra fora, cinco semanas na crisálida lhe dera dôr nas costas, precisava se esticar.

_Ah!Ar fresco!Preciso sair,preciso ver como se vive, até já esqueci...como é que é mesmo?Vou perguntar para aquele animal.

Naquele estábulo fedido, cheiro de estrume, e foi ao lado do bicho, crina prateada, pelô penteado, dente escovado, cascos polidos, reluzentes, e cheirando a estrume.

_Companheiro, como você vive nesse mundo?

_Bom...-começou o pônei com voz de ancião- corro bastante, pois quero ser um dia bicho de corrida, e como bastante feno, pra fica fortão, e principalmente, me arrumo bem todo dia, pra me invejarem.Quero me tornar um ser memorável para se lembrarem de mim no dia seguinte.Vivo assim!

A borboleta saiu cheia de si, aprendera uma grande lição!

_Que bacana...poder ser lembrado por aqueles que te viram um dia...

_Ei!Calouro no pedaço!Vamos voar por aí?-perguntou um besourinho.

_Voar?Com licença, tenho que treinar minha corrida.E pos a se arrastar com suas patinhas ligeiras, com as asas batendo desengonçadas.

_Deixa de bobagens...venha comer um teco de folhas verdes.Falou uma lesminha.

_Ninguém vai lembrar de você por comer umas folhinhas.Vou comer feno, pra ficar bem forte!-e pôs-se a comer aquele mato duro.

_Ora amiga-retrucou-lhe indignada uma mariposa-Você tem de mostrar suas belas asas aos outros, assim como eu!

_Mostrar minhas asas?Qual o quê...quero deixa meus pêlos brilhantes e patinhas lustrosas, assim olharão pra mim.

_Acho que não...Suas asas são mais bonitas!

A borboleta parou, pensou, ficou confusa.Olhou a mariposa voando, e de fato era bonita, mas olhou o mais atrás, o belo pônei, cavalgando, reluzindo a luz do sol, relinchando, e um homem alto com um sorriso o penteando, e elogiando sua raça e qualidade.

_Não, não, já fiz minha escolha.Quero que me olhem amanhã, e se lembrem de mim por ser bonita hoje.Ninguém lembrará de você.Agora, com lincença, estou cansada, preciso dormir.

Deitou-se ao lado do estábulo fedorento, com pose de pônei e respirar relinchante.E niguém olhou para ela no dia seguinte para se lembrar, ela não acordou.Borboletas só vivem um dia.

Autor: Pedrão.

Autora da imagem: Guidi.